Histórias e "causos" sobre viagens que fizemos, situações que vivemos ou vivenciamos, relacionadas com a yoga, meditação e com à vida saudável.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Experiência de liberdade.




Perto do Hotel Rancho do Peixe, existe uma vila de pescadores. 


Barcos simples, pessoas simples, tudo simples. Resolvi ver como funciona a pesca em alto mar e pedi para pescar em uma das "embarcações". Observando o bote, notei que ele deve ter sido construido com uma tecnologia desenvolvida a milênios, algo realmente medieval e assustador.

Quando eu pedi para pescar junto... eles riram... Ochiiii, mas nós vamos lá no fundão ! Depois entendi o que isso queria dizer... fundão é quando não se ve nada além do mar. O continente fica tão longe que desaparece. 

Saímos à 1 da manhã, 3 a bordo. O Mestre e dois tarafeiros, eu era o segundo tarafeiro

Velejamos da 1 até às 4 da manhã, numa completa escuridão, mó Breu, sob um céu estrelado e nenhuma nuvem. Nestas condições o mar fica completamente escuro e se une numa esfera única com a abóbada celeste. Acima o céu estrelado e abaixo o céu sem estrelas. No barco não havia nenhuma luz, nem uma lanterna mixureba !

Olhando a vela, via-se seu contorno recortado por estrelas, como se a vela tivesse sido recortada do céu. Às 4 da manhã começamos a jogar a rede. Às 5 a rede já havia sido extendida e esperamos cerca de uma hora para começar a puxá-la, com as mãos. Neste momento o sol nasceu. Conforme a rede aprisionava alguns peixes vários tutubarões se aproximaram. Alias qualquer coisa que caisse do barco neste momento era imediatamente rodeada de vários Tutu´s. Toda vez que o tarafeiro tirava água do barco com uma garrafa pet, os bichos se alvoroçavam... digamos que não era uma boa idéia cair na água naquele momento. 



Pescamos uns 40 kilos de peixe, remontamos o mastro e velejamos de volta... cheguei na praia lá pelas 10 da manhã do dia seguinte. Morto de cansaço, mas feliz por sempre fazer aquilo que desejo, e sempre em paz comigo mesmo. Foram oito horas no mar do Ceará. 


Esse foi meu batizado.




Ricardo Vaz Monteiro

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